Olá,
Nesta sequência de atividades você encontrará:
- leitura do conto: "João e o pé de feijão"
Lembramos que o conto deve ser lido na integra pelas crianças. Costumamos dizer que a qualidade de leitura que ofertamos para os nossos alunos será vista nas produções textuais, portanto a oferta de textos reduzidos e pobres, ocasionará em uma produção escrita pequena e sem as marcas do gênero textual. Estamos postando o texto na integra para favorecer um bom trabalho.
- Leitura e interpretação do conto.
Na atividade de leitura e interpretação, buscamos trabalhar os descritores das matrizes de avaliação do INEP
- Produção textual - frases, reescrita do texto
- Situações problema
Na Mostra Cultural da minha escola, a professora Denise contextualizou o conto "João e o pé de feijão" com uma produção de arte realizada em uma oficina de percurso criador, juntamente com uma experiencia de ciências. Fiquei encantada com o trabalho da professora, que trabalhou com o plantio no feijão (uma atividade comum) contextualizando com a história. Ficou muito bacana!!!Dá uma olhadinha no João (pregador de roupa com o boneco em EVA) subindo pelo pé de feijão... ficou maravilhoso!
O TEXTO PARA SER LIDO NA INTEGRA !!!!!
JOÃO E O PÉ DE FEIJÃO
Há muitos e muitos anos existiu uma
viúva que tinha um filho chamado João.
João e a mãe eram muito pobres e, para
se manterem, contavam apenas com uma vaca, cujo leite vendiam na cidade.
Um dia, porém, a vaca parou subitamente de dar leite, e a pobre mulher,
tendo perdido assim a fonte de seu sustento, ficou preocupada e sem saber o
que fazer.
João, de sua parte, começou a procurar
um emprego, com o qual pudesse ajudar a mãe. Mas os dias foram passando sem que
ele arranjasse coisa alguma para fazer. Assim, a única solução que encontraram
foi vender a
vaca, pois o dinheiro daria pelo menos para viverem por algum tempo.
João logo
se ofereceu para ir vender o animal na cidade, mas a mãe, achando que ele não
saberia negociar, a princípio não consentiu. Entretanto, porque ela própria
não poderia sair de casa naquele dia, não teve outro remédio senão concordar
com a ideia. Amarrou então uma corda no pescoço da vaca, para que João não a
perdesse e, depois de dar muitos conselhos ao filho, deixou-o partir.
E lá se
foi João, com destino à cidade.
Quando estava no meio do caminho, encontrou um
vendedor ambulante que o cumprimentou muito simpático e perguntou-lhe onde
estava indo com a vaca.
Assim que João contou que estava indo vendê-la na
cidade, o homem tirou do bolso um punhado de feijões, muito bonitos e de cores
e formatos variados, e mostrou-os ao menino, dizendo que eles eram encantados.
João ficou deslumbrado com a
beleza dos grãos e, ao ouvir as palavras do vendedor, seus olhos brilharam
de alegria. Morrendo de vontade de possuir os feijões encantados, perguntou ao
homem se ele não gostaria de trocá-los pela vaca.
O vendedor concordou prontamente
com a troca. E, horas depois, João chegava em casa muito satisfeito, achando
que havia feito um excelente negócio.
A mãe o recebeu muito contente,
mas, quando o menino lhe mostrou o que havia conseguido em troca do animal, ficou
furiosa e disse:
— Como, meu filho?! Você teve coragem
de trocar a única coisa que possuíamos por
uma porcaria duns grãos de feijão?
E, quanto mais pensava na
situação difícil em que ela e o filho estavam, mais nervosa ficava. Até que,
num acesso de raiva, jogou os feijões pela janela, gritando:
— Veja, seu tolo! Veja para o que servem seus
grãos encantados: para jogar fora!
O pobre menino, desconsolado,
ficou olhando para a mãe sem nada conseguir dizer. E, como castigo,
naquela noite foi mandado para a cama sem jantar.
Na manhã seguinte, ao acordar, João ainda estava
muito triste e não conseguia esquecer o acontecimento do dia anterior. Estava
deitado, tentando encontrar um jeito de remediar o que havia feito, quando
notou que havia alguma coisa impedindo o sol de entrar pela janela. Levantou-se
para espiar o que era e, espantado, descobriu que os grãos de feijão não só
haviam brotado durante a noite, como também haviam crescido assustadoramente,
transformando-se numa planta enorme, que subia até o céu.
Admirado e feliz, o menino correu até o quintal e,
sem pensar duas vezes, começou a subir pelo pé de feijão. Subiu, subiu e subiu;
atravessou muitas camadas de nuvens macias como flocos de algodão e, por fim,
descobriu que a planta terminava num estranho país, onde tudo parecia deserto.
Como queria saber onde estava,
João resolveu andar para ver se encontrava alguém por ali. Mas o lugar parecia
completamente desabitado, pois, mesmo andando horas em seguida, não viu
ninguém pelo caminho. Porém, quando já estava escurecendo e o seu estômago até
doía de fome, João avistou um enorme castelo para onde se dirigiu. Encontrou
na porta uma mulher que pareceu muito assustada em vê-lo ali.
— O que
você está fazendo aqui, menino? — disse ela. — Não sabe que esse castelo pertence ao meu marido, um gigante
muito mau, devorador de carne humana?
Ao ouvir
isso, João sentiu as pernas bambearem de medo. Mas, como a mulher lhe dissesse
que o gigante estava fora, caçando, e também como a fome e o cansaço não o deixassem
andar mais, pediu a ela que o abrigasse e escondesse até o dia seguinte.
Embora fosse casada com um homem
tão mau, a esposa do gigante era uma pessoa muito bondosa. Assim, ficou com
muita pena do menino e levou-o para dentro do castelo, onde serviu-lhe uma mesa
coberta de coisas deliciosas. João, que estava morto de fome, comeu tudo com tanto apetite e gosto que logo se
esqueceu do perigo que estava correndo. De repente, porém, ouviu-se um grande
barulho na porta, seguido de passos tão pesados que o castelo inteiro
estremeceu.
— Oh, meu Deus! — disse a mulher,
tremendo como vara verde. — É o gigante, menino ! Ele não pode encontrar você
aqui senão vai devorar você e a mim também!
Ao vê-la
tão assustada, João ficou paralisado de medo. Mas a mulher o puxou rapidamente pela mão, e mal teve tempo de escondê-lo
dentro do forno, antes que o gigante entrasse na cozinha, gritando com sua voz
de trovão:
— Mulher! Mulher, estou sentindo cheiro de carne
humana!
Um, dois
e três, diga-me de uma vez:
- Onde está esse abelhudo? Vou comê-lo com ossos e tudo!
Mais que depressa, a mulher explicou
que o cheiro de carne era dos franguinhos que ela havia matado para o jantar.
João, que estava espiando por uma frestinha do
forno, ficou apavorado só de pensar no que aconteceria se o gigante o
encontrasse. Mas a bondosa mulher, que sabia que o marido era muito comilão,
apressou-se em servir a comida, antes que ele começasse a procurar por todos
os cantos da casa até encontrar o pobre menino.
O gigante
sentou-se então à mesa e, para começar a refeição, engoliu uma dúzia de frangos
assados, com ossos e tudo. Com os olhos arregalados, João assistiu à mulher trazendo
para a mesa pratos e mais pratos, que o gigante engolia rapidamente, sem nunca
ficar satisfeito.
Quando acabou finalmente sua
refeição, o comilão gritou para a mulher:
— Traga-me
o dinheiro!
— Está bem! —
respondeu ela, saindo da cozinha.
E, logo em seguida, voltava com
dois sacos cheios de moedas de ouro. Depois de ordenar que a mulher fosse
dormir, o gigante colocou os sacos de moedas sobre a mesa e começou a
contá-las, enquanto esperava o sono chegar.
Quando se cansou desse
divertimento, guardou as moedas de novo nos sacos e depois colocou-os no chão,
perto de si. Só que, por precaução, amarrou ao pé da mesa um cão de guarda, e
depois recostou-se na cadeira e pôs-se a dormir.
João, que a tudo assistia de seu esconderijo,
esperou que o gigante estivesse dormindo profundamente e, quando viu que ele
estava roncando como um trovão, saiu de mansinho do forno para roubar o
dinheiro. Entretanto, assim que pôs as mãos sobre os sacos de moedas, o cão de
guarda começou a latir feito louco e o pobre menino, apavorado, julgou-se
completamente perdido.
Acontece que o gigante tinha um
sono pesado demais e os latidos fizeram apenas com que ele se mexesse na
cadeira, sem conseguir acordá-lo.
Mais sossegado, o menino subiu na
mesa da cozinha e, depois de pegar um pedação de carne, jogou-o ao cão, que abanou o rabo e ficou em silêncio, deliciando-se com o petisco.
João pôde assim pegar o dinheiro
e fugir dali. Correu sem parar até alcançar o pé de feijão, descendo habilmente
até chegar ao quintal de casa.
Em seguida, chamou pela mãe e,
depois de contar-lhe toda a aventura, entregou-lhe os dois sacos de moedas.
Corri o dinheiro roubado do gigante, João e a mãe
passaram a levar uma vida de rei. Nada mais faltava na casa e eles não precisavam
mais temer a fome e a necessidade.
Mas o tempo foi passando e os
sacos de moedas começaram a ficar vazios. E João pensou, então, em voltar ao
castelo do gigante, para se apoderar de mais riquezas.
Contou sua vontade à mãe e ela, com medo de que
alguma coisa pudesse acontecer-lhe, proibiu-o de ir.
— Já pensou se o gigante agarrar você? — disse ela.
— E a mulher dele? Ela certamente o reconhecerá e poderá entregá-lo
ao marido!
Percebendo que a mãe não ia mesmo
permitir, João fingiu aceitar o que ela dizia. Mas, na primeira chance que
teve, saiu escondido e subiu novamente pelo pé de feijão, desta vez muito bem
disfarçado para que a mulher do gigante não o reconhecesse.
Chegou assim mais uma vez ao estranho país e,
depois de caminhar até o anoitecer, avistou o castelo do gigante, na porta do
qual encontrou novamente a boa mulher.
— Menino! — disse ela, sem reconhecer João. — O que
você faz aqui? Não sabe que esse castelo é do meu marido, um gigante muito mau,
devorador de carne humana?
João fingiu-se muito assustado, e
pediu à mulher que o escondesse até o dia seguinte, dizendo que não conseguiria
encontrar o caminho de casa no escuro.
— Ah, não! — respondeu ela. — De jeito nenhum! Da
última vez que fiz isso me arrependi amargamente! Já dei abrigo a
um menino como você e o mal-agradecido fugiu, levando dois sacos de moedas de
ouro do meu marido. Por causa disso, quase fui devorada no lugar do
malandrinho! E o gigante, desde então, tem estado com um humor terrível, que eu
sou obrigada a suportar!
Mas João sabia ser convincente e pediu tantas vezes
que a boa mulher acabou concordando em escondê-lo. Assim, levou-o para dentro
do castelo e deu-lhe de comer e de beber. E, novamente, mal teve tempo de esconder
João, desta vez dentro de um quartinho de despejo, e o gigante já chegava, com
seu andar tão pesado que fazia o castelo estremecer. Dali a pouco, ele já
estava na cozinha, gritando com voz de trovão:
— Um,
dois e três.
Cheiro de
gente outra vez! Onde está esse abelhudo? Vou comê-lo com ossos e tudo!
Enquanto dizia isso, o gigante procurava por todos
os cantos da casa.
João, que
a tudo assistia pela fechadura da porta, ficou morrendo de medo de ser encontrado.
Mas a bondosa mulher mais uma vez convenceu o marido de que não havia ninguém
na casa e, enchendo a mesa de comida, conseguiu distraí-lo.
Novamente o gigante comeu até se
fartar e depois disse à mulher:
— Mulher,
traga-me a galinha!
Ela, como da outra vez, obedeceu
às ordens e saiu da cozinha, para voltar logo depois, trazendo uma galinha
viva. O gigante colocou a galinha sobre a mesa e, assim que a mulher se retirou,
ordenou:
— Bote!
E João viu, espantado, a galinha
botar um ovo que não era nem branco e nem igual aos das galinhas comuns, e sim
de ouro, ouro puro e maciço!
— Bote
outro! — ordenou o gigante.
E a galinha obedeceu. Assim aconteceu
sucessivamente, até que a mesa da cozinha ficou repleta de ovos de ouro,
bonitos e reluzentes.
De repente, o gigante se cansou de mandar a
galinha botar os ovos e, debruçando-se sobre a mesa, caiu, logo em seguida, num
sono profundo.
Quando
ouviu o gigante roncando outra vez como um trovão, João saiu em silêncio de seu
esconderijo. E, como desta vez não havia nem o cão de guarda para atrapalhar,
foi muito fácil agarrar a galinha e fugir correndo do castelo, até chegar ao
pé de feijão.
Logo que entrou em casa, João
chamou a mãe e, depois de lhe contar a sua aventura, entregou-lhe a galinha dos
ovos de ouro.
Daquele dia em diante, nada mais lhes faltou, pois,
sempre que precisavam de alguma coisa, bastava ordenar à galinha que botasse
um ovo, e ela obedecia prontamente.
Mesmo sendo agora rico e feliz, João voltou a ter
vontade de subir outra vez ao castelo do gigante. Mas, sempre que falava nisso,
a mãe o repreendia tão severamente, que o menino acabava adiando a viagem, sem
entretanto desistir da ideia.
Passaram-se assim três anos, no final dos quais
João tomou uma decisão: ia subir de novo, custasse o que custasse, e não contaria
nada à mãe.
Assim,
esperou pacientemente que chegasse o verão, quando os dias são mais longos e,
depois de se disfarçar muito bem, subiu pelo pé de feijão antes que o sol
nascesse, para que a mãe não o visse.
Novamente
chegou ao castelo numa hora em que o gigante não estava, e mais uma vez não foi
reconhecido pela mulher, que voltou a falar-lhe dos perigos que corria estando
ali. Só que, desta vez, foi muito mais difícil convencê-la a recolher um
estranho em seu castelo, pois o gigante, depois do último roubo, estava com um
humor insuportável e cada dia se tornava mais malvado.
João,
porém, sabia que a mulher era muito bondosa e continuou insistindo até que
conseguiu convencê-la. Foi então acolhido, e de novo lhe foi servida uma
refeição deliciosa.
Mas nesse dia o gigante chegou
tão repentinamente que a mulher só teve tempo de colocar João dentro de um
caldeirão, antes que o marido entrasse na cozinha gritando:
— Mulher!
Sinto cheiro de carne humana!
Um, dois
e três,
diga-me
de uma vez:
onde está
o abelhudo?
Vou
comê-lo com ossos e tudo!
E estava tão furioso e
desconfiado, que começou a procurar por todos os cantos, sem nem ouvir a esposa
chamando-o para o jantar.
Procurou, procurou e procurou até
que, finalmente, chegou bem perto do caldeirão onde João estava escondido. Ao
ouvir aqueles passos que faziam o chão tremer e aquela voz de trovão gritando
furiosamente, o pobre menino achou que estava mesmo perdido. Por sorte,
entretanto, o gigante sentiu uma fome repentina e ficou com preguiça de
levantar a tampa do caldeirão. Por isso, desistiu de procurar e gritou:
—
Mulher! Quero jantar!
Dentro de seu esconderijo, João
suspirou aliviado. E ali ficou bem quietinho, esperando que o comilão fizesse
sua interminável refeição.
Quando,
afinal, estava satisfeito, o gigante gritou para a mulher:
—
Traga-me a harpa de ouro!
E ela,
como sempre fazia, obedeceu-lhe prontamente. O gigante esperou que ela se
retirasse para dormir, depois colocou o instrumento sobre a mesa e ordenou:
— Toque!
No mesmo instante, a harpa de
ouro começou a tocar sozinha uma melodia doce e suave, que deixou João
maravilhado e que embalou os sonhos do malvado gigante. Assim, o menino
esperou até que ele estivesse roncando bem alto, saiu em silêncio do caldeirão
e correu na direção do valioso instrumento.
Acontece que a harpa era
encantada e, ao sentir que mãos estranhas a tocavam, começou a gritar com uma
voz fininha:
—
Socorro! Socooorro!
E o gigante, ou porque não
estivesse dormindo ainda, ou porque gostasse muito da harpa, acabou acordando.
Ao ver que estava sendo roubado, levantou-se da cadeira, gritando, furioso:
— Ah, seu
maldito! Desta vez você me paga! Quando eu o pegar, vou engoli-lo vivo, com
ossos e tudo!
Disse
isso e veio direto em cima do pobre João, que, muito assustado, começou a
correr até não poder mais. A harpa de ouro, por sua vez, continuava gritando,
com sua vozinha fina:
—
Socorro, meu senhor! Estão me roubando !
E João,
ao ouvi-la falar, corria mais ainda, achando que o gigante o estava alcançando.
De repente, no entanto, João
percebeu que havia já alguns minutos não ouvia mais os urros e o barulho dos
passos de seu perseguidor. Intrigado, virou-se para trás e descobriu uma
coisa que o deixou muito feliz: o gigante, embora fosse grande e forte, já
estava velho e não conseguia correr muito.
Mesmo assim,
ainda havia um longo caminho para chegar ao pé de feijão, e por isso o
menino agarrou de novo a harpa, que não parava de gritar por socorro, e
continuou a correr.
Horas depois, alcançou de novo
seu pé de feijão e começou a descer. Quando estava já no meio da haste da
imensa planta, porém, João olhou para cima e viu que o gigante, por ser muito
pesado, descia numa rapidez incrível. Assim, logo que avistou o quintal de
casa, o menino começou a gritar pela mãe:
— Mamãe,
mamãe! Traga-me um machado, depressa!
Quando João pôs os pés no chão, a
mãe já se preparava para dar os primeiros golpes na planta. Mas a viúva, ao
olhar para cima e ver o tamanho do gigante, ficou paralisada de medo.
João
estava muito cansado, mas conseguiu reunir todas as suas forças e,
apossando-se do machado, golpeou várias vezes o pé de feijão. Tendo sido
cortada a planta, o gigante despencou lá do alto, caindo ao chão com um grande
estrondo. Era tão pesado que | seu corpo, ao cair, fez uma cratera
enorme, que demorou muitos anos para fechar.
Livre do
perigo que o ameaçava, João abraçou a mãe alegremente. E, desde aquele dia, os
dois passaram a viver tranquilos.
Tempos
depois, quando se tornou um homem forte e bonito, João se casou com uma
princesa, com quem viveu feliz por muitos e muitos anos.
Quanto ao
pé de feijão, depois de cortado, secou completamente e, como não havia mais
sementes, nunca mais nasceu outro igual.